CNJ aposta na tecnologia para combater violência de gênero na Ilha do Marajó
Iniciativa é parte da 2ª Itinerância do Projeto Ação para Meninas e Mulheres do Marajó
11 de dezembro de 2024

11 de dezembro de 2024
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) iniciou a segunda etapa do Projeto Ação para Meninas e Mulheres do Marajó, com foco no combate à violência de gênero no maior arquipélago fluvio-marítimo do mundo. A ação, que tem como destaque o uso de tecnologia para fortalecer a rede de proteção, foi marcada pela inauguração do primeiro Ponto de Inclusão Digital (PID) em unidade de atendimento fluvial no Brasil, na cidade de Portel, no norte do Marajó.
A comitiva do CNJ, liderada pela conselheira Renata Gil, coordenadora do Fórum Nacional da Infância e da Juventude (Foninj), esteve na região para promover a capacitação de servidores públicos, ampliar a articulação entre as instituições locais e intensificar as ações voltadas à proteção das meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade.
A conselheira Renata Gil destacou a relevância da ação.“O meu papel aqui é conectar os elos de uma corrente que precisa estar forte e funcionando para que a violência deixe de ser algo aceito como cultural. Eu não aceito isso. A Justiça chegou”, disse Gil, que também é supervisora da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência Doméstica.
Parte de um esforço conjunto entre o CNJ, o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) e outras instituições locais para enfrentar a violência de gênero, o programa mira o combate ao tráfico de pessoas e ao turismo sexual, problemas recorrentes na região devido ao insulamento geográfico e social do arquipélago.
Além da inauguração do PID, a visita incluiu a capacitação de equipes multidisciplinares que atuam no acolhimento de vítimas de violência, como as que fazem parte da estrutura Sala Acolher, na Delegacia de Polícia Civil de Portel, e também a formação de equipes nas áreas de saúde e assistência social.
A segunda de quatro incursões previstas na região é parte do Acordo de Cooperação Técnica entre o CNJ, o TJPA e outras entidades públicas, com o objetivo de ampliar o acesso à Justiça em regiões com altos índices de violência contra as mulheres.