No dia em que a Organização dos Estados Americanos (OEA) trata da pandemia da violência de gênero, a presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil, tratou da realidade brasileira. “No Brasil, a cada seis horas uma mulher é morta pela sua condição feminina”, falou Gil durante a Sessão Ordinária do Conselho Permanente da organização na quinta-feira (8).

Para a presidente da AMB, o principal obstáculo enfrentado atualmente pelo país não está na criação de leis, mas na sua plena aplicação. Em diálogo recente com representantes diplomáticos, a magistrada destacou que a efetividade legislativa ainda é um desafio a ser superado — e que avanços concretos só ocorrem quando há integração real entre os poderes. Nesse contexto, ela abordou os resultados conquistados pela campanha Sinal Vermelho contra a violência doméstica – iniciativa que nasceu da articulação entre o Judiciário e o Congresso Nacional e foi incorporada à legislação brasileira.

Durante a apresentação, Renata Gil explicou aos embaixadores como a campanha funciona de modo prático e ressaltou que a rede de acolhimento já ultrapassou fronteiras. Embaixadas e consulados do Brasil no exterior passaram por treinamentos específicos para atender mulheres em situação de violência, replicando o modelo adotado em empresas, instituições públicas e organizações privadas dentro do território nacional.